Você já parou em algum momento da sua vida e desejou ter paz? Ou ainda, já sentiu falta de algo sem saber o que era?
Seja bem vindo à vida moderna. Essa vida que nos tira a paz e nos causa ansiedade todos os dias.
O ritmo acelerado em que vivemos, ou melhor, que aceitamos viver, tem causado tanta ansiedade, que muitas pessoas resolveram parar para questionar:
Como posso conseguir mais tranquilidade? Como posso controlar a quantidade de pensamentos que se acumulam em minha mente e que me tiram o sono? Como posso ter mais tempo livre?
A partir desses questionamentos surgiu a filosofia do minimalismo, tão em alta nos últimos tempos.
Basicamente essa filosofia nos ensina que para termos mais paz é necessário eliminar qualquer coisa da vida que não traga algum valor, é como se você pudesse eliminar tudo aquilo que o distrai de fazer o que é importante. Mas, infelizmente, em um mundo cheio de ruídos é muito difícil a gente entender o que é realmente importante.
Há tanta informação, tantas pessoas dizendo o que você deve ou não fazer, deve ou não conquistar, como deve viver a sua vida, que você mesmo não tem a oportunidade de parar, pensar e se questionar: Será que é por esse caminho mesmo que eu devo seguir?
Relacionar tudo o que fazemos e que não agrega valor às nossas vidas é uma tarefa muito complicada. É um grande exercício de autoconhecimento e exige muita sinceridade consigo mesmo.
Em algumas vezes nós até sabemos o que devemos eliminar das nossas vidas, mas a rotina, a dependência de outras pessoas e a necessidade de fazer parte de determinados grupos acabam fazendo com que eliminar essas distrações torne-se ainda mais difícil. Quebrar padrões e sair da zona de conforto é sempre extremamente desconfortável.
Eu tento aplicar o estilo de vida minimalista todos os dias na minha vida e confesso que é sempre uma luta. Sem ao menos perceber, há dias em que eu me sinto inebriada pela cultura do consumo e preciso voltar a refletir sobre as minhas reais necessidades. Viver conscientemente não é uma decisão de um dia, é uma decisão de todos os dias.
Se você tem interesse em iniciar a viver esse processo, eu costumo dizer que há 3 fases pelas quais você precisa passar:
1ª fase: Autoconhecimento: muito mais do que obter as respostas corretas é saber se fazer as perguntas corretas. E essas perguntas tem a ver com os seus próprios sentimentos: qual é a rotina que eu gostaria de ter? O que eu preciso começar a fazer hoje para melhorar o meu amanhã?
2ª fase: Confrontamento: é a fase de questionar o seu estado atual. O que estou fazendo é o que eu quero da minha vida? Estou fazendo por mim ou pelos outros? Estou esperando reconhecimento? Quero pertencer a algum grupo? Quero ser aceito?
3ª fase: Aceitação: sei exatamente o que quero e como quero, mas preciso também aceitar que serei diferente, que muitos vão questionar, que muitos não vão aceitar minhas decisões e que para cada escolha existe uma renúncia.
Iniciar o minimalismo traz muitas vantagens, mas se antes de tudo não soubermos identificar o que é importante para nós, ele não tem nenhuma validade e pode acabar gerando ainda mais ansiedade.
Vamos supor que você seja um amante de fotografia, mas porque iniciou o minimalismo acha que deve jogar tudo fora. Isso não lhe trará felicidade, pelo contrário, lhe fará ainda mais triste.
Portanto, o minimalismo não é sobre não ter nada, mas sim sobre autoconhecimento, saber exatamente o que lhe traz felicidade e lhe motiva. É deixar de lado a opinião dos outros ou seguir um determinado padrão sem questionar.
Pode ser que você ame viajar e saiba disso. Que viajar seja algo que realmente o faça feliz e o motiva. No entanto, você não viaja há mais de 10 anos porque está pagando a casa de 200 m² que construiu em um condomínio, onde você vai apenas para dormir, já que passa mais de 12 horas por dia trabalhando para pagá-la. Viu a diferença?
Você construiu essa casa porque realmente queria? Ou porque imaginou que se não tivesse uma casa como essa todos a sua volta iriam pensar que você não é bem sucedido o suficiente? Será que não seria melhor ter uma casa menor, que lhe custasse menos e que lhe rendesse mais dinheiro e mais tempo para viajar ou até mesmo para curtir a própria casa?
A resposta deve estar em você.
Você já parou para pensar o porquê de comprar o que compra? Por que investe tempo para conseguir obter certas posses?
Pare para se questionar e perceba que muitas vezes suas compras não são feitas para satisfazer sua vontade, mas para satisfazer a vontade de um grupo ou até mesmo para impressioná-lo.
O minimalismo nos leva ao questionamento. E essa é a parte mais importante de tudo. Achamos que somos felizes fazendo parte de determinado grupo, quando na verdade, no íntimo, só gostaríamos de ter liberdade. Liberdade para não pertencer a nenhum grupo, ou para pensar diferente.
Um dos resultados do minimalismo é exatamente essa liberdade. Liberdade de burlar a vontade de consumir em prol de coisas mais importantes. Liberdade de escolher onde, como e quando empenhar o tempo e o esforço. Liberdade para viver sem pressa, sem pressão e poder pensar diferente da maioria.
Aplicar o minimalismo tem muito mais a ver com a forma de pensar do que de consumir. É sobre saber as prioridades e remover toda a desordem física, mental e emocional. É ter pouco com que se preocupar e por isso não ter medo de perder. É ter mais dinheiro e mais propósito, com relacionamentos mais próximos e verdadeiros, sem a pressão de ter que acompanhar os vizinhos e se esforçar mais para alcançar mais e acumular.
Espero que eu tenha ajudado a esclarecer um pouco sobre o que é a filosofia do minimalismo. Se quiser aprender mais, eu escrevi um livro inteiro (para comprar é só clicar na seção livro ali no menu) sobre esse assunto e sobre como aplicar esse conceito em todas as áreas da vida.
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