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Writer's pictureMayara Tanaka de Moraes

Pessoas são mais importantes do que coisas?

Não creio que essa é uma pergunta que tivesse que ser feita, afinal, a resposta é um tanto quanto óbvia não é mesmo? Pois é, seria.

Apesar das pessoas carregadas de hipocrisia sequer titubearem para responder a essa pergunta, o que demonstram na realidade é completamente o oposto.


O que me fez questionar sobre esse assunto foi uma situação simples do meu cotidiano de trabalho. Um amigo precisou de um carro e o pediu emprestado ao outro. O que pediu não tinha opção, estava passando por um problema. Aquele que tinha o carro o havia deixado estacionado aqui onde trabalhamos e foi para sua residência em outra cidade através de outro meio de transporte.


Para minha surpresa, o dono não emprestou o carro ao amigo que estava necessitando, ainda que o objeto estivesse lá parado e sem uso. Ele alegou infinitas desculpas que acabaram até por deixar o outro constrangido pelo seu pedido.


Então eu me questionei: Por que será que ele fez isso? Tentei me colocar na situação do dono do carro. Imaginei que aquele fosse um “carro de estimação”, ou um carro de luxo, ou ainda que ele fosse extremamente perfeccionista a ponto de não se agradar por outra pessoa usar suas coisas, mas ainda assim aquilo me intrigou.


Muitos devem estar imaginando: Mas e se esse cara que pediu o favor fosse um folgado? E se ele começasse a pedir isso sempre? E se ele danificasse o carro ou o deixasse sujo? Sim, há várias questões a se considerar, mas mesmo assim, não seria o amigo mais valioso do que o carro? Com certeza em uma relação de amizade podemos ser honestos a ponto de informarmos nossas condições àqueles que nos pedem favores ou simplesmente de falarmos o que nos incomoda, pois isso ainda ajuda a fortalecer os laços.


Mas outros exemplos que ilustram essas situações são muito frequentes. Já vi pessoas que não usam seus carros para não “gastá-los”, ou que sequer tiram os plásticos de proteção do sofá para mantê-lo conservado.


Já vi gente que guarda o presente de casamento sem nunca ter usado, que viaja única e exclusivamente para fazer compras, que não passa tempo com o filho, mas sempre chega em casa com um presente novo para “agradá-lo”.


Será que não percebemos ainda que pessoas são mais importantes do que coisas? Por que estamos invertendo?


Que o ser humano sempre usou as posses para julgar a importância um do outro não é novidade. Desde sempre o que tinha mais era o mais importante, mas ultimamente eu tenho visto que isso ultrapassou todas as barreiras, e nós estamos perdendo completamente a noção dos valores.


Como é possível alguém deixar de passar um tempo com as pessoas que ama, deixar de fazer o que gosta, deixar de ajudar a quem tem fome só porque “precisa” usar o dinheiro para ter o último lançamento de celular? Isso sem falar nos políticos corruptos, que desviam dinheiro público de hospitais e escolas, deixando pessoas morrerem, crianças com fome, só porque querem acumular dinheiro suficiente para 3 gerações.


Onde será que estamos errando? Será o vazio da nossa alma que tem feito com que concentremos energia nessas coisas fúteis, invertendo os valores do que realmente importa? Como nos tornarmos conscientes para encontrar o que realmente pode nos trazer satisfação como seres humanos?


Que esse texto possa nos trazer à reflexão sobre o caminho que estamos conduzindo as nossas vidas.


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